Palmeiras sonhou com Cavani. E acordou com Navarro. Jovem promessa marcou, enfim seus primeiros gols
São Paulo, Brasil
Dos jogadores que o Botafogo perdeu para 2022, foi a saída dele que mais incomodou.
Foram 15 gols e nove assistências. Participação fundamental na volta do clube carioca para a Série A. Ainda sem os bilhões de John Textor, os dirigentes não quiseram pagar salário de R$ 100 mil mensais para que renovasse. Depois, ofereceram, R$ 150 mil, diante da pedida de R$ 200 mil.
Mas era tarde, o Palmeiras se interessou. E levou o jogador 'de graça', já que seu contrato terminou no dia 31 de dezembro de 2021. Acertou luvas e salários, em um contrato de quatro anos. A média é que o atacante de 21 anos embolsa é de R$ 300 mil mensais.
Abel Ferreira recebeu a indicação do jogador do executivo Anderson Barros, ex-gerente de futebol do próprio Botafogo. Foi apresentado como uma aposta para a camisa nove, o centroavante que o português tanto deseja.
O Palmeiras fez um levantamento do potencial do jogador. Ótimo cabeceador, definidor. Sabe fazer muito bem o pivô. Um centroavante clássico dos anos 70.
Mas, muito jovem, não conseguiu se soltar, mostrar confiança, como no Botafogo, que era festejado com sua camisa 99.
Abel Ferreira tem trabalhado muito com o jogador. Sabe que a possibilidade de contratar um atacante diferenciado, que sirva de referência, é pequena. Pela diretoria não querer gastar muito em contratações. Ainda efeito da pandemia.
E Navarro vem melhorando.
Mas o treinador português acreditava que ele precisava marcar para readquirir confiança.
Entrou em 12 partidas. Não havia feito um gol sequer.
Até que veio o jogo perfeito. Contra o fraquíssimo Deportivo Táchira, na Venezuela. Ontem, com sete titulares poupados, para se recuperarem do desgaste das finais do Paulista, que o clube conquistou. E Navarro entrou no segundo tempo, no lugar de Gabriel Veron.
Marcou logo no primeiro minuto, o atacante desviou cruzamento de Mayke e estufou as redes de Varela. Ele saiu muito feliz, passando a mão pelo corpo, como se tivesse se livrado da falta de sorte que o teria perseguido. E como referência na área que marcou seis minutos depois.
Ao dar um carrinho e não conseguir desviar a bola para as redes, se levantou e cabeceou com perfeição, no cruzamento de Wesley. Era o quarto gol do Palmeiras, que já havia marcado com Dudu e Raphael Veiga.
Se não fosse a boba expulsão de Jaílson, aos 21 minutos, Navarro teria mais chances. Com dez, goleando, o Palmeiras foi menos ofensivo.
A estreia do bicampeão da Libertadores serviu para aumentar o recorde, são 16 partidas sem derrotas como visitante. E também para logo abrir vantagem no grupo A, muito fácil. Além do Deportivo Táchira, Independente Petrolero, da Bolívia; e o equatoriano Emelec.
Mas para a diretoria, a torcida e a imprensa lembrarem que o clube tem um centroavante.
Pode não ser Cavani, como muitos conselheiros apostavam, quando Leila Pereira assumiu a presidência, mas tem um definidor.
E que será bem mais útil, com a saída confirmada de Deyverson, confirmada pelo próprio Abel Ferreira.
"Ele (Navarro) sabe que nós confiamos nele, é um jovem jogador. Veio com um projeto a longo prazo. Nós queríamos contratar dois centroavantes, isso não é novidade para ninguém. O Deyverson está no fim do seu contrato, um ciclo que está terminando. Ele sabe disso, porque o clube já o informou. O Navarro é um projeto com tempo, paciência e calma", ainda no final da primeira fase do Paulista.
O jogador foi o mais abraçado, quem mais comemorou a vitória na Venezuela.
Estava aliviado.
Mas ainda segue sob a desconfiança da torcida palmeirense.
E muitos conselheiros, que esperavam por Cavani...
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